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É impossível datar com exactidão o começo das festas a Santa Isabel, mas sabemos que a sua realização era imposta pelo Compromisso que obrigava: “ a procissão de Nossa Senhora da Visitação, de cuja invocação é a confraria, e por seu dia se soleniza a dita festa por todos estes reinos com procissão solene que fazem os oficiais da dita confraria.” e que tinha uma importância considerável na vida da Instituição, já que era na tarde desse dia, habitualmente o primeiro Domingo de Julho, e anualmente, que se reuniam os irmãos para a eleição da Mesa do ano seguinte: “dia de nosa Señora da Visytaçam pera se elegerem os oficiaes que ajam de servir e governar aquelle anno as obras de misericórdia na maneira que será dito”
Também Cristóvão de Oliveira em 1551 no Sumário de Lisboa refere que “ a Raynha especialmente ordenou a procissão de Nossa Senhora da Visitação, de cuja invocação é a confraria”
Segundo documentação existente, a SCMS gastou na festa de Santa Isabel ou da Visitação de 1848 a importância de 13.200 reis, o que numa receita anual de 37.490 reis, era bastante significativo, em 1852 a festa custou 10.510 reis, em 1853 subiu a 14.600 reis, em 1855 a despesa foi de 13.540 reis, mais 27.910 em dois vestidos para Santa Isabel, um de chita outro de seda, dois mantos, feitio e utensílios para a sua confecção. Em 1857 subiu a 25.190, mais 6.380 para a compostura de vesteas e duas novas, em 1873 a missa da festa de Santa Isabel foi concelebrada por cinco sacerdotes: o Padre Joaquim Monteiro que cobrou 550 reis, o Padre da Rebolosa Manuel Garcia o Padre Vasco da Bismula, o Padre António de Aldeia Velha e o Padre Bernardo de Vilar Maior que cobraram 200 reis para cada um, em 1890 a despesa total da festa foi de 30.490 reis, em 1903 foram gastos 32.000 e mais 11.250 num vestido, no ano de 1910 foi igualmente de 32.000 reis, em 1922 a despesa somou 10 escudos e cinquenta centavos, e aqui terminam as referências acerca desta festa, ignorando-se se a sua extinção foi livre e expontânea por vontade do povo, se por desleixo dos Mesários, ou se foi extinta por pressão e força do Poder vigente.
A cargo da Misericórdia, e de acordo com as suas capacidades financeiras, esta festa teve, algumas vezes, direito a banda de música; em 1860 os honorários despendidos na sua contratação foram 4.640 reis, em 1862 a actuação de 4 músicos custou 4.800 reis:1.200 a cada, em 1909 o custo subiu a 9.000 reis. Noutros anos de maior contenção orçamental apenas desfilavam os tambores; em 1855 estes custaram 400 reis á Misericórdia conforme referido no resumo das contas que em documentos da época.
Também não faltava o fogo de artificio, e a titulo de curiosidade refira-se que na festa de 1860 foram gastos 2.600 reis em fogo e em1885 2.100 reis.
A imagem desta Santa, a quem a Misericórdia prestou tantos louvores ainda existe, em madeira talhada e propriedade de particulares que graciosamente a cederam para fotografar e da qual damos conta aos nossos leitores.
Seria conveniente e de elevado interesse histórico que a Santa Casa negociasse com os actuais proprietários a devolução dessa imagem e dar-lhe o lugar que merece conforme o relevo histórico que em tempos tivera.
segunda-feira, 15 de março de 2010
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